8 de janeiro de 2016

Eu li #40 - Por que ler os clássicos

Oi gente!

Hoje eu trago a primeira resenha do ano! Eba! As leituras estão a todo vapor na verdade, o novo canal literário às vésperas de estrear e continuo empenhada na finalização do meu novo livro. Então achei muito pertinente iniciar as resenhas do ano com Ítalo Calvino e sua obra "Por que ler os clássicos". Esse livro foi indicado pela minha professora de literatura no ano passado, mas não conseguia encontrar e acabou que iniciei a leitura no final do ano e terminei agora. De certa forma, eu me encantei tanto com os clássicos que li para a faculdade que nem precisava ler esse para me convencer, mas valeu muito a pena, para quem deseja se aprofundar em literatura super indico! 


O meu exemplar foi publicado em 2007 pela Editora Companhia de Bolso. Além do livro, foi também nas aulas de literatura e linguística que conheci a história do autor. Ítalo Calvino foi um dos mais importantes escritores italianos do século XX. Nasceu em Cuba mas sua família retornou à Itália logo após o seu nascimento. Formou-se em Letras e além de suas produções literárias, deixou um imenso legado para a literatura mundial, em termos de diversidade em estilo e inovação nos caminhos literários. E é ele que tenta nos convencer da importância dos clássicos que, segundo ele mesmo, "servem para entender quem somos e aonde chegamos". Profundo.

Ítalo Calvino (1923 - 1985)
E porque ele afirma isso? Eu entendi seu ponto de vista lendo alguns clássicos em 2014 e, confesso, minha visão literária mudou completamente! Uma das coisas que o autor aponta é a diferença de uma experiência de leitura enquanto nós leitores jovens e quando maduros. Bom, eu reli em minha vida alguns livros que nem eram clássicos e já senti diferença fazendo uma releitura após alguns anos. Imagine os clássicos que são atemporais! Com certeza algo que já tem conteúdo acrescentará muito mais após adicionarmos novas experiências e diferentes reflexões em nossa vida. Outra definição bem conhecida sobre os livros clássicos: É aquele livro sobre o qual você normalmente escuta as pessoas dizendo "estou relendo", e não "estou lendo". =)


A obra "Por que ler os clássicos" é dividida em duas partes. A primeira tem explicações e conceitualizações do autor, como o exemplo que citei acima. E na segunda ele aborda obras e autores famosos, com resenhas de vários clássicos da literatura. Nomes como Voltaire e Ernest Hemingway e títulos como Madame Bovary e Moby Dick são alguns exemplos. Aqui embaixo uma parte da resenha de "Robinson Crusoe", o romance de Daniel Defoe que marcou época e obviamente, tornou-se um dos maiores clássicos da literatura, até hoje sucesso com leitores de todas as idades.


Outro argumento interessante abordado pelo autor e algo que também comprovei em minhas aventuras pelos clássicos nas leituras do ano passado, é a bagagem que eles carregam com relação ao contexto histórico e costumes da época/local em que foram escritos. Não só absorvemos o enredo, mas aprendemos muito, principalmente quando pesquisamos a fundo algumas particularidades e a história do escritor. Achei que os clássicos sempre surpreendem de alguma forma, independente do tema. Mas também acredito que tudo a seu tempo, livros clássicos devem ser lidos com vontade e não por obrigação. Eu comecei a ler porque quis e hoje vejo uma evolução imensa em meu gosto literário.

Quem também tem o costume de guardar flores e folhas dentro dos livros?

Mas nem por isso me afastei das obras contemporâneas! Aliás, Ítalo Calvino também aborda a importância de intercalar as leituras (clássicos e contemporâneos) para que o leitor não se perca em uma "nuvem atemporal". Até porque, eu como escritora não posso desvalorizar as obras contemporâneas né? Mas que Calvino tem razão quando disse que "ler os clássicos é melhor do que não ler os clássicos", ele sabia das coisas!

No final das contas, "Por que ler os clássicos" é basicamente um compilado de textos do autor. Não é didático como eu pensei, nem fornece respostas prontas. Melhor do que isso, o livro instiga, argumenta, motiva, abre um leque de possibilidades literárias. Para o leitor que busca isso, é perfeito!

Beijos!

1 comentários:

Gildett de Marillac disse...

Já amando sua primeira resenha. Realmente preciso voltar a ler algumas obras que li aos 15 (devorava tudo!), para sentir a diferença. Mas agora estou lendo O Jogo de Ripper de Isabel Allende, já li todos os livros dela (exceto Paula e Cartas de Paula), adoro... Faz parte de um dos meus objetivos este ano, no mínimo 1 livro por mês...Que venha para nós um 2016 de muita saúde e inspiração...Bjs...