26 de dezembro de 2019

EU LI: Serpentário (Felipe Castilho)

Oi gente!

Aos quarenta e cinco do segundo tempo, lá vamos nós deixar a última postagem do ano aqui no blog, com as impressões de "Serpentário", do autor Felipe Castilho. Um livro que gostei muito e que tem como pano de fundo algo que curti por vários anos na minha vida: passar o reveillon na praia! Delícia!!! #sqn desta vez (espia só aí embaixo!)


Pois é. Neste livro, um reveillon dos quatro protagonistas não foi tão delícia assim. A história é sobre três adolescentes de classe alta que cresceram com a tradição de curtirem férias juntos no litoral de São Paulo. Agregado ao grupo, temos Paulo, um quarto adolescente, filho de uma empregada doméstica. Opa! Percebi que teríamos uma crítica social aí, já gostei. Mas não é exatamente isso que permeia o livro não, se prepara para uma história de suspense com pitadas de terror.

Mais precisamente no reveillon do ano 2000, os quatro amigos fazem o quê? O que a gente quando adolescente (lembrem que eu já fui uma!), mais faz de melhor: "burrada!". Vão parar na Ilha das Cobras, um cenário real na costa brasileira e que segundo informações, possui mais de quarenta cobras por hectare. Quer mais? Tem! Não bastasse o conglomerado de cobras (já adianto que o livro não é recomendado para quem tem problema com elas), eles saem da ilha traumatizados com uma experiência bizarra, deixando lá o seu amigo Paulo, que foi morto. A partir daí a narrativa é intercalada em dois tempos: passado e presente. Aliás, vamos descobrindo detalhes sobre esta experiência ao longo da história, enquanto os amigos já adultos, decidem se reencontrar para lidar de vez com as consequências emocionais deixadas pelo trauma do passado. Contando assim, até parece um suspense comum, eu particularmente não comecei muito empolgada, mas acabei gostando muito!

Não escolhi esta leitura, ela fez parte dos livros mais votados para concorrer ao Cubo de Ouro, o maior prêmio Geek do Brasil, em que fui convidada para ser jurada técnica na categoria Melhor Literatura Geek. E embora eu não ache que o "Serpentário" de Castilho se encaixe exatamente no perfil de literatura geek, foi uma das nove obras que mais gostei de ler!

Acredito que o autor conseguiu inserir na história algum segredinho que me prendeu do início ao fim, porque embora eu ame suspense e terror, sempre tendo mais aos clássicos e/ou policiais. "Serpentário" me instigou pelas experiências psicológicas dos personagens, me amedrontou com seu tom ameaçador e cenários intrigantes, me prendeu com o ar sobrenatural das situações e completou minha boa experiência de leitura, abordando temas como corrupção e racismo. O modelo construído pelo autor para contar a história, em estilo quebra-cabeças, funcionou positivamente para mim.

Além da edição caprichada da Íntrinseca, também destaco as referências culturais deixadas pelo autor na história, que trazem aquela aliviada da tensão em esperar o desfecho da história, que não deixa a desejar, na minha opinião. Eu gostei, a leitura me prendeu demais, o desfecho me satisfez e quero ler mais obras do autor. =)

Boa leitura e um maravilhoso 2020 a todos!

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