5 de outubro de 2015

Eu li #27 - A Metamorfose

Oieeeeeeeeeeee!

Eu sigo inspirada nas leituras! Essa resenha já era para ter saído, pois trata-se de um livro que precisei ler para cumprir meta na faculdade, ainda no semestre passado. Mas em se tratando de Kafka, é preciso um pouco de inspiração né? E achei o momento certo para isso, pois de certa forma, por motivos que ainda não posso revelar, ando "metamorfoseando" minha vida (rs). Sim! Vamos começar a semana com tudo, falando de Franz Kafka e sua tão famosa obra "A Metamorfose"!


Essa foi a capa do livro que li, emprestado. Adorei essa capa mas não encontrei o exemplar para comprar, aí a meta se fez, o semestre acabou, a nota na matéria foi legal e nem procurei mais. Mas o fato é que depois de ler "A Metamorfose", minha opinião foi a mesma de todas as pessoas com quem comentei sobre o livro. A verdade é que esse clássico de Kafka, escrito em 1912, publicado em 1915 e lido mundialmente até hoje, é nada mais, nada menos, que uma análise da condição humana.

Embora a obra seja centenária, achei a linguagem simples (apesar de ousada!). Não é para menos, Franz Kafka é considerado um dos mais importantes escritores do século passado. Nasceu em Praga, em uma família judia e escreveu todas as suas obras em alemão. Ele tinha uma relação complicada com os pais e faleceu de tuberculose, o que acredita-se, explica sua linguagem sombria, sempre solitária e pesada. Inclusive é comum ouvirmos a expressão "kafkiano" para traduzir situações de opressão. É fácil entender esse lado já na primeira página do livro, considerada pelos estudiosos um dos inícios de livros mais marcantes da história da literatura.


Essa história inquietante, que para mim não passa do retrato da sociedade, seja ela antiga ou contemporânea, conta sobre Gregor Samsa, um jovem trabalhador que sustenta sua família. E como vocês leram ali em cima, em um belo dia ele acorda transformado em um inseto gigante. Parece uma história de ficção, mas eu achei seu contexto bem real! Além do susto, a primeira coisa que passa na cabeça dele: como ele iria trabalhar daquele jeito e como sua família sobreviveria já que ele era a única fonte de renda deles? Parece simples para uma "historinha", mas tente se imaginar na situação, eu achei desesperador...rs.

Franz Kafka (Praga3 de julho de 1883 - Klosterneuburg3 de junho de 1924)
E o fato é que no desenrolar da história, sua família acaba tomando atitudes para contornar o problema, deixando Gregor sentindo-se culpado, impotente e inútil. O que não é nada bom, juntando-se ao fato de que ele passa a ficar cada vez mais isolado porque as pessoas nem conseguem olhar para ele. A história se inverte totalmente, onde antes ele era o responsável pelo sustento da família, agora depende totalmente deles. 

Achei que o livro explora sentimentos tristes, como a solidão, exclusão e impotência. "A Metamorfose" foi escrita pouco antes da Primeira Guerra Mundial, onde imperava um clima bem pessimista, mas para mim também fez sim, referência aos tempos modernos, abordando aspectos sociais bem discutíveis hoje em dia. Uma alusão muito bem feita às pressões sociais, perante as fraquezas do ser humano.  

Gregor Samsa by by Dönüşüm Özeti
Agora me conta? Não lembra aquela parte egoísta que nós seres humanos nunca queremos enxergar, mas que se denuncia quando vimos tantas situações de abandono, falta de amor e interesse, apenas porque as "diferenças" não são aceitas? 


Dias atrás recebi uma mensagem linda no Facebook, um vídeo religioso que deixava uma reflexão do que era o verdadeiro amor. E dizia que só temos certeza que somos amados, quando não temos mais nenhuma utilidade para a pessoa e, mesmo assim, a pessoa permanece com a gente. Lembrei dessa mensagem escrevendo essa resenha. Lembrando da leitura, achei que era um pouquinho desta reflexão que Kafka queria abordar, talvez até pela ausência de amor em sua vida. E acho que ele conseguiu, eu senti isso e também todas as pessoas com quem conversei que leram. Kafka faz-nos sentir extremamente incomodados ao ler sua obra.

Algumas das capas de "A Metamorfose"

Não só isso, também terminei o livro querendo mais páginas...hahaha! É sério gente, é revoltante! Eu não aceitava aquele final, queria mais explicações. Como assim? (rs). Será essa a sacada? Deixar o leitor assim? Será que isso torna Kafka tão grande escritor? Não sei. Se gostei do livro? Não sei. Mas acho que leria novamente em outro momento da minha vida, tenho a impressão que é um livro que no final das contas, acaba nos "metamorfoseando" um pouquinho. =)

Beijos!

1 comentários:

Fabiana Strehlow disse...

Oi, Ale!
Adoro ler clássicos, mas ainda não li A Metamorfose, acredita?
Talvez por saber que se trata de uma obra inquietante, o que você acabou confirmando em sua resenha.
Mas, quem sabe?

Abraços e boa semana!