28 de janeiro de 2016

Eu li #44 - O livro das coisas perdidas

Oi gente!

Amo resenhar os livros, mas confesso que essa resenha está me fazendo cócegas, me fazendo salivar, me arrancando sorrisos e emoções. Não é um gostei ou não gostei, parece que vou resenhar algo que vivi. Foi assim que me senti lendo "O Livro das Coisas Perdidas", de John Connolly. Foram 364 páginas deliciosas, que consumi loucamente em três dias! É sério gente. Parem tudo e leiam esse livro, porque ele é muito bem escrito. 

Para começar, vou logo contando como o conheci. Os amigos mais próximos sabem que desenvolvi uma teoria para a relação livros e leitores. Sempre digo que "os livros nos encontram". Já aconteceu comigo várias vezes e essa foi ainda diferente. Eu estava no sebo procurando outros títulos quando uma amiga viu essa capa e me mostrou: "- Ale, esse livro é a tua cara." Nesse caso o livro encontrou quem estava comigo e conhece meus gostos. Ela me conhece e é claro que ele foi embora comigo. =)


"O Livro das Coisas Perdidas" não fazia parte das minhas metas de 2016, mas passados alguns dias que ele estava lá em casa, olhando para mim sem parar, não resisti. Ainda bem que deixei umas brechas nas metas para essas leituras mágicas que aparecem na nossa lista. O livro parece passar a mensagem de ser voltado para o público infanto-juvenil. Não é gente! Ledo engano! John Connolly não abranda e embora o livro faça referência aos contos de fadas, não traz contos nada encantadores. O livro é obscuro e tem em grande parte da história, suspense e terror. Mas isso é para depois, comecemos com a dedicatória, que ainda está no nível "fofo". Eu amei! 


E vamos para o conteúdo. A história é sobre David, um menino que vive em Londres durante a Segunda Guerra Mundial. Ele começa o livro enfrentando uma grande dor que é a perda da mãe. Depois de um tempo, seu pai se casa novamente e ele ganha um irmãozinho, mas não aceita essa nova condição. Fica preso à morte da mãe, desejando que tudo voltasse a ser como antes. Sente-se esquecido e se isola cada vez mais, com os livros, paixão que dividia com a mãe. No final das contas ele acaba buscando consolo na ficção para superar a doída transição em que vivia.

Esse isolamento se intensifica quando ele e seu pai vão morar na casa da madastra, herdada da sua família. Nessa nova casa, ele ganha um quarto que havia sido de um parente de Rose, repleto de livros! A paixão pelos livros aumenta, fazendo David se agarrar a única lembrança que tinha da mãe e tornar viva essa transição psicológica. David passa a ouvir os livros conversando entre si!

É quando ele começa a receber a visitinha daquele homenzinho estranho aí da foto abaixo, o Homem Torto, como David passa a chamá-lo. Durante a história e os acontecimentos, o Homem Torto me levou muitas vezes a um personagem do seriado "Once Upon a Time", que aliás eu AMO e esse livro me fez lembrar muito da série.



Até que certa noite, David muito chateado após um tenso acontecimento, é transportado de vez para outro mundo. O mundo dos livros. O mundo dos contos de fadas. O mundo do Homem Torto. O mundo "encantado". Ops, só que não! A ficção se revela dura e sombria, alguns personagens nossos conhecidos aparecem, mas esqueçam tudo que vocês sabem sobre eles!! A ambientação me remeteu ao filme "Labirinto do Fauno", é obscura e assustadora. Então a história realmente começa aí, quando David, para voltar para casa, precisa enfrentar seus medos e crescer, enfim! 

"O Livro das Coisas Perdidas" traz uma narração incrível. Forte, palpável, reflexiva. É a evolução de um personagem, mas que nos dá a chance de evoluirmos juntos. Embora assustadora, uma linda forma de nos ensinar a lidar com as perdas. Aprender que as aparências enganam e que seguir nosso coração pode nos salvar em várias situações críticas. David precisa aprender muita coisa para conseguir voltar para casa e seguir em frente.

Algumas capas de "O Livro das Coisas Perdidas" em diversos países.
A edição desse livro, da Bertrand do Brasil, é sensacional! Ele é lindo por dentro e por fora. A capa tem alto relevo, o tamanho da fonte e a diagramação ajudam a leitura a fluir (como se precisasse!). Só posso dizer que há tempos não tinha essa sensação ao terminar de ler o livro, de que eu mesma tinha vivido tudo aquilo que li. Definitivamente ou "O Livro das Coisas Perdidas" não é um livro para crianças, ou a criança eterna que existe aqui dentro ainda mergulha em algumas histórias. =)

Fiquei curiosa para ler outros títulos do autor. Se alguém leu algum e gostou, me indica!

Beijos!

1 comentários:

Lolô Artesanato disse...

Clara amouuuu e eu agora me animei mais ainda a lê-lo!
Amei sua resenha!
bjss